quarta-feira, 26 de março de 2008

Férias?

Sim. Decretei férias. Não são férias para viajar mundo afora (ainda), mas viajar mundo adentro. Dentro de mim mesma. Férias da solteirice aguda - agora em estado crônico sob tratamento com pílulas de bom-senso, injeção de auto-centrismo e dose extra de efervescente fodamse-esses-caras-filhas-da-puta-cretinos-manés.

Será que são férias resultantes de revolta interna e pouco amor próprio? Não. São férias necessárias a quem obteve respostas (vagas) da própria experiência amorosa e todas aquelas que falharam nos últimos anos. São férias provenientes da preguiça. Sim, preguiça em sair de casa sábado a noite, toda arrumada e cheirosa para se deparar com as mesmices de uma balada com pessoas pouco interessantes; preguiça em começar uma conversa com um estranho que vai te fazer perguntas clichês, tentar te beijar e com sorte te levar para a cama; preguiça em começar a sair com fulano e pouco tempo depois se deparar com as fatídicas discussões de relacionamento; preguiça em levar um pé na bunda e gastar quilos de lenço de papel para tentar entender o que deu errado (ou quem deu errado); preguiça em ter que conhecer os amigos solteiros do namorado da sua amiga e forçar a barra para um encontro às escuras; preguiça de sexo casual - mesmo que seja bom não é o suficiente para se dar ao trabalho de ligar no dia seguinte. É isso. A preguiça me mandou tirar férias. Que assim seja.

Decidi que é bom tirar férias quando:
  • Você descobre que "o" cara por quem você perdeu noites preciosas de sono simplesmente teve a dignidade de contar para meia população local das suas performances sexuais - além de ter te "indicado" para o irmão mais velho. Outras palavras: é bom tirar férias quando se apaixonar errado.
  • Aquele cara bacana, quem você acha que pode valer a pena sair mais algumas vezes, ainda não pediu seu número de telefone (vocês ficaram há alguns meses e volta e meia se esbarram). Ou seja: é bom tirar férias quando ele prova ser frouxo.
  • Você encontra uma pessoa que mexeu com seus sentidos há algumas semanas, foi tudo legal, mas ele tem a capacidade de pedir para você esperar em um canto até que termine uma conversa com uma amiga do outro lado do salão. No final das contas, você cansa de esperar. Claro! É bom tirar férias quando não há reciprocidade na vontade de se encontrar.
  • A melhor resposta às suas preces é um cara que mora do outro lado do mundo, não fala sua língua, é perfeitamente compatível com seus gostos e aspirações, é tão lindo (em todos os sentidos) que chega a dar saudade e planeja uma remota visita ao lado de cá do mundo daqui 8 meses. É bom tirar férias quando falsas (e futuras) expectativas possam atrapalhar sua mente; e é bom tirar férias quando se deparar com o que melhor você cria: amores impossíveis.
É por essas e por muitas outras que férias vêm bem a calhar. Aliás, muito bem-vindas. Vou continuar me espreguiçando do lado de cá... e para quem tem um cobertor de orelha para fazer yoga ou cama sutra no final de semana... "Provecho"!

Ai que preguiça só de pensar...

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