quinta-feira, 6 de março de 2008

Poema da cerveja

Bebo cerveja porque faz calor.
Porque a noite é curta
e o dia interminável.
Prefiro o prazer à dor:
bebo cerveja, e não cicuta,
porque me é muito agradável.

Bebo cerveja com gosto,
vontade e sofreguidão.
Bebo cerveja disposto
a beber até um galão.

Bebo cerveja, não diga
que beber não me faz bem,
embriaga e dá barriga.
Bebo água, às vezes pinga,
mas bebo cerveja também.

Bebo cerveja sedento
como quem fica juntando
os mil pedaços do tempo.
Bebo cerveja sentado,
bebo cerveja em silêncio.

Bebo cerveja falando.
Se me enrolo com as palavras,
isso é só de vez em quando.

Bebo cerveja e não quero
me render à embriaguez.
Para ser bem sincero,
bebo uma de cada vez.

Beber cerveja é uma sina
que machuca e escraviza.
Muita vez a Neosaldina
é tudo que a gente precisa.

Beber cerveja é sentir-se
qual um mendigo rei
que dorme no precipício
de mais uma Quinta Sem-Lei.

Cerveja é bebida amarga,
gelada e inebriante.
Um dia, sem a cerveja,
sei que vou seguir adiante.

Autor desconhecido

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