sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Tota toda

Mais uma colaboradora do Blog Batida de Banana faz aniversário hoje... Nem sei ao certo dizer o quanto ela colabora, mas é muita coisa - já que nossas histórias sempre se cruzam pelas linhas desse blog. Na verdade sentimos muita falta dela: é a primeira retirante e correspondente internacional deste Blog (chique, né?). Tá lá perto do pólo norte fazendo revolução e mudando os costumes locais com muita graça e energia. Haja energia!

A gente se gosta tanto que chamamos umas as outras de carniça! Parece até que temos o ego lá embaixo. Mas na verdade tá lá em cima. Essa carniça aniversariante tá sempre sorrindo, com mil histórias pra contar, chuta que é macumba é sua filosofia, bola pra frente é sua meta, sonhos a serem conquistados são seu destino. Língua afiada para qualquer situação, veneno em doses moderadas de sarcasmo e humor, coração enorme que vai derreter toda aquela geleira que está ao redor dela.





"Pelo amor de dadá!!!!!"


Carniça do nosso coração,

desejamos a você um dia ímpar aí em cima. Desejamos muita alegria, muitas risadas em todas as situações boas e ruins que passar por aí (e que as conte pra gente) para que nem tenha que se preocupar com abdominais nem corrente russa. Desejamos muita sorte em seus empreendimentos, muita classe para enfrentar guinchos de carros e muito rebolado para fingir que não foi nada aquele copo quebrado. Desejamos dia de sol no seu coração quando a temperatura estiver -20oC. Desejamos muito amor para dar e receber em dobro. Desejamos força, destreza e determinação para alcançar seus sonhos, sempre usando um salto 15. Desejamos cara-de-pau, desenvoltura e coordenação para fazer compras dentro de um carrinho de supermercado (e muita cerveja quando fizer isso). Desejamos muitos beijos, abraços e todos os mais eticéteras - lembre-se que o agora é mais importante que possibilidades futuras. Faça e aconteça! A gente bota muita fé em você!

Feliz aniversário Carniça!!!

Batida de Banana Blogspot



quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A força em acreditar

Estava pensando, dia desses, sobre o quanto a nossa mente é poderosa - especialmente com nós mesmos. É impressionante o fator fé em nossas vidas: aquilo que acreditamos é a verdade pra gente e, portanto, é a única e pausível opção de algo acontecer.




Conheci um cara que acreditava que tinha que mudar de perfume todo ano. Segundo ele, ele se torna alérgico a perfumes um ano depois do primeiro contato. Nem tem o que discutir - se ele acredita, certamente depois de um ano ele vai ficar todo empelotado com seu perfume ou de quem tem mais de um ano de convivência (sinceramente eu gostaria que ele acreditasse em um prazo mais curto, tipo uns 3 meses - assim ele definitivamente iria ficar longe de mim pra sempre... só preciso de um pouco mais de paciência). A vizinha de uma amiga de uma amiga acredita ter alergia a ela mesma. Sério! Ela toma banho umas vinte vezes por dia (quando está no trabalho, vai de uma em uma hora com seu baby wipes para se "auto-imunizar"). Quando fica sem tomar banho, ela tem febre, fica toda empelotada e disseram que uma vez até teve parada respiratória. Coisa de louco ou é a mente mesmo que somatiza isso tudo?

"O que você grava na mente subconsciente, está programado para se tornar realidade física. O pensamento dá a ordem e o subconsciente cumpre. Por isso, você é o resultado dos seus pensamentos. Seu pensamento é sua verdadeira oração. Todo pensamento que o subconsciente aceita como verdadeiro, ele move céus e terra para realizá-lo."



Tem dias em que você acorda o ó! Passa o dia mal humorada e reclamando de tudo e de todos. Tenta sair a noite para espaorecer, coloca aquela roupitcha super bacana, mas continua azeda. Não tem outra: nada legal você vai atrair, nada vai estar bom, e anoite que era pra ser legal vai se tornar um desastre maior que um tsunami. Mas tem aquele dia em que você acorda sem pensar coisas negativas: dá bom dia para seu vasinho de manjericão e passa o dia sorrindo. Sai para um happy hour sem se importar muito com a cor do sapato, não sente o peso do mundo sobre os ombros e se sente maravilhosamente bem. Nesse dia tudo terminará melhor que sua expectativa - primeiro porque você realmente não se atentou sobre o que realmente esperava; segundo porque ser você mesma é a forma mais linda, sexy e interessante de ser.





Auto-confiança é tudo!




Pensemos nisso...


"Assim que você confiar em si mesmo, você saberá como viver."
(Goethe)


Texto em negrito: Despertar da mente.
Créditos das imagens: Inmagine.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Lugarzinho sagrado



Morri de rir!

Post publicado no Blog Testosterona.

Réplica

Bem, acontece que participar de "farra", muitas vezes tem a ver com o fato de se estar solteira. Tem coisas que só alguém que está solteiro tem pique de fazer como passar 15 horas num churrasco, sair de segunda a segunda “caçando”, topar qualquer furada só pra não ficar sozinha em casa, etc. Pode reparar, de todas as pessoas que participam de eventos dessa maneira, com tanta animação e disponibilidade ou são solteiros ou são namorados não muito fiéis... Ou só eu que percebo isso? Repare: se tem algum casal, eles nunca ficam as 15 horas non-stop, nunca saem de segunda a segunda e muitas vezes arranjam coisas pra fazer em casa e evitar furadas... Ou seja, não é só uma amiga que fica “com preguiça”, é qualquer pessoa que comece a namorar.


Além disso, a partir da formação do casal é preciso conciliar eventos, família e amizades dos dois lados. Antes, quando solteira, você tem todo o tempo exclusivamente para seu próprio mundo. Mas depois, é preciso arranjar tempo (e animação) para o dobro de aniversários, o dobro de happy-hours, o dobro de visitas, o dobro de vontades e por aí vai. E o tempo do próprio casal? E o tempo pra si próprio? Pois é... E aí vem as cobranças... Como agradar tanta gente sendo que temos as mesmas 24 horas do dia do tempo de solteira?

Aí vem a culpa de não conseguir agradar a todos. A família já não pode ficar à vontade porque tem sempre aquele cara dentro de casa, as amigas “solteiras e animadas” querem que você vá bela e garbosa naquela festa lá na pqp com suco gummy quente porque vai tá cheia de gatos, seu namorado fica mal porque tá cheio de amor pra dar e você capota e baba no sofá e, por cima disso tudo, você fica frustrada porque o tempo tá passando, você encheu o saco do seu emprego e tá doida pra estudar e não tem a mínima energia porque tem que agradar a todos ao mesmo tempo!

Haja disposição! Acontece que as coisas mudam e devem mudar. Será que dá pra ser solteira, namorada, animada, tarada, estudiosa, boa filha, profissional, bêbada, amiga, notívaga, esportista tudo ao mesmo tempo a vida toda??? Não, não dá. Na verdade é tudo questão de momento. Cada coisa a seu tempo: tem hora pra “farrear”, tem hora pra sossegar, tem hora pra namorar, pra fofocar, pra estudar, enfim. E não que cada uma desses momentos sejam inferiores o superiores aos outros, não que um relacionamento deva ser prioridade. Cada um é prioridade em algum momento na vida e cabe aos outros “relacionados”, compreensão. A família tem que compreender que viajar com eles não rola porque você precisa economizar dinheiro e tempo pra um cursinho, seu namorado tem que compreender que se sua amiga te liga 3 horas da manhã pedindo sua companhia, ele não tem nada que se meter e muito menos vir atrás ou emitir qualquer opinião, suas amigas “solteiras e animadas” têm que compreender que qualquer pessoa em sã consciência iria preferir ficar em casa sábado a noite bodada, vendo "Terminator" de baixo da coberta com o namorado e comendo brigadeiro de panela (o chantily fica pra mais tarde) que ir pra uma festa tocando música eletrônica a noite toda...


E os “comprometidos” também têm que ter compreensão com os solteiros. Os assuntos muitas vezes acabam não sendo os mesmos, afinal são situações, são momentos diferentes, quase opostos. Assuntos como: “no final da festa tava todo mundo na piscina”, “lembra daquele cara? Fiquei com ele de novo” ou “nem sei como cheguei em casa” viram quase como um eco, você tem uma leve lembrança de como era e esse é o momento atual da sua amiga solteira. Como ser a mesma ouvinte de antes sendo que não está mais lá? Será que não seria melhor pra própria solteira conversar sobre isso com outras solteiras? Mas mesmo assim, você meio sem assunto, adora ouvir, afinal é sua amiga querida, mas não está no mesmo momento, neste momento. É como amizade entre casais com filhos ou sem filhos. Complica... E no fundo, um tem um pouco de inveja do outro em algum momento... Os solteiros adorariam ficar em casa com o cobertor de orelha, comendo brigadeiro de panela e os namorados sentem falta de ficar até 8 horas da manhã dançando, sem ter que dar satisfação pra ninguém... Mas não é por isso que a amizade acabou ou que um não quer mais saber do outro. E da mesma forma que sua amiga solteira sente muita falta da sua cumplicidade, você, comprometida, também sente falta de ser cúmplice das suas amigas como antes. É... Não dá pra ter tudo ao mesmo tempo...

Aí vem o resmungo que nunca falam pra gente, mas a gente fala dos outros. Família: “é, né? Sai o fim de semana inteiro, gasta com cerveja e agora não tem dinheiro... Mas na hora que precisa, sabe procurar”; amigos: “é sempre assim, começa a namorar e some. Aí quando briga com o namorado, liga na mesma hora”; namorado: “outra festa? Outro aniversário? Mas eu tava planejando um jantar a dois...” E por aí vai...

Será que se essas pessoas amam tanto a gente assim não conseguem perceber que o amor da gente é recíproco sim, mas que somos uma pessoa só? E será que é errado procurar as pessoas que amamos no momento que precisamos? E quando fazemos uma “manobra” e desagradamos uns pra agradarmos outros, não conta? E que por justamente amarmos todos, não é necessário competir e muito menos cobrar? Amor não se divide, só se multiplica. Caraca, que brega! Mas não é que é verdade???

Todos os relacionamentos têm problemas, O desafio maior é conseguir dividir o tempo para todos, dar a atenção devida e EXCLUSIVA a todos em algum momento e fazer todos se sentirem importantes e não inferiores, porque não são de forma alguma. E, last but not least, vamos fazer o que é a NOSSA vontade e relaxar, realmente não dá pra agradar a todos o tempo todo...

Isso é tão difícil, né? E, fala sério, quem nunca namorou e acomodou, e se terminou, chorou no ombro de uma grande amiga, que atire a primeira pedra.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Ela está namorando




Aquela sua velha amiga de guerra, ou melhor, de farra está namorando. É... que lindo!!! A gente sempre acha o máximo quando isso acontece com alguma amiga nossa. Sempre desejamos isso para todas: que elas encontrem um cara bacana, que gostem delas da mesma forma que elas gostam deles e que sejam super felizes. E vai que vai...

No início do namoro a gente já espera aquela sumida das festas, reuniões, happy hours ou jantares. O casal tem que se conhecer, saber ficar íntimo, ter as primeiras brigas e pirraças. Faz parte do início de todo e qualquer relacionamento. Damos maior força para ela engrenar num namoro - a gente sabe que nesse mundo contemporâneo é cada vez mais difícil namorar. Mesmo assim, nesse início de namoro da amiga, e gente participa de algumas coisas, geralmente por telefone ou durante aquela escapada que ela ainda consegue dar numa sexta-feira à noite (no início de namoro geralmente se tenta usar aquela tática de: "quero uma noite por semana com as minhas amigas - disso eu não abro mão!").

A próxima etapa do namoro da amiga é nós, amigas, sairmos com ela e o namorado. Aí as amizades em comum se unem. É a hora da "prova engole sapo". Nessa etapa, as amigas tentam aprovar o namorado e ele tenta aprovar as amigas - geralmente quesito "gente-fina-legal-bacana": "sim, ele é gente boa" e "sim, essas meninas são bacanas". Já é o início da formação da família social. Depois tem a etapa do lado dele - onde ele apresenta os amigos dele para ela e ela vai ter que engolir todo mundo também. Depois de um tempo, com maior intimidade, ambos terão cara de falar: "olha meu bem, eu gosto mais da Maria que da Joaquina. A Joaquina tem uma cara de azeda!"..."amorzinho lindo, aquele seu amigo Godofredo é muito chato... cara de bunda e inteligência idem." Tudo bem. Os dois se gostam e começam a fazer a seleção natural de "com quem sair".

Até aí, tudo bacana. Sua amiga tá feliz, com a 'cutis' mais linda do mundo e sorriso de orelha a orelha. Volta e meia se encontram, saem (com o namorado dela, claro). Uma família feliz. Mas isso dura pouco.

Agora vem a etapa onde tudo muda. A etapa da preguiça. É um fenômeno extraordinário! A preguiça nasce na sua amiga de forma avassaladora, situação da qual você, amiga solteira e animada, não tem a menor possibilidade de resgatá-la. Não sei ao certo como e porquê isso acontece, mas pensei em três possibilidades:
  1. Toda aquela energia que a sua amiga tinha, de sair três vezes durante a semana e mais três no final de semana, realmente foi pro ralo. Ela usou toda sua energia quando ainda era solteira e agora não tem mais nenhum joule. Esgotou e nem barrinha de proteína ou um choque de 5000 volts podem, em longo, médio ou curto prazo, trazê-la de volta. A fonte secou (qual era a fonte de antes mesmo???). Pifou. Duma hora pra outra o sono bate, a velhice chega e a sessão coruja é o programa favorito da sua amiga (que era) de farra.
  2. O namorado não gosta de você e nem da "tchurminha" de amigas solteironas e baladeiras. Às vezes nem é nada pessoal. Ele até pode te achar bacana, mas tem namorado que quer 100% da atenção da namorada pra si. E é doloroso, para um cara ciumento, ver sua namorada 5 minutos conversando, em local privado (20 centímetros dele), com a amiga que ela não via há um mês.
  3. Fenômeno extra-terrestre. Sua amiga foi abduzida por um Smeagol Rapper (my precious!!!), levada para um laboratório em um dos anéis de saturno onde fizeram um implante de um chip na cabeça dela, que contém substância rica em parasitas tripanossoma brucei de mosca Tsé-tsé (que causa a Doença do Sono). Esse chip solta a substância em pequenas doses toda vez que você liga para a sua amiga. Aí ela fica com sono, preguiça ou apresenta qualquer estado letárgico. Ou seja: nem pensar em botar o pé para fora de casa.
Existe ainda uma quarta possibilidade (a mais cruel): sua amiga realmente não quer mais saber de você ou das amigas com quem passava maior parte do tempo nos finais de semana, na época em que ainda não namorava. É... é bem possível. Claro que a gente nem pode comparar a amizade com um relacionamento íntimo de um casal. É fato: as pessoas priorizam seus relacionamentos. E se a sua amiga só dá o ar da graça uma vez por mês... é isso: a amizade tá em outro plano (inferior). Triste. Mas sem pânico: não morreu. Acho que a amizade está só com preguiça... Será?

Com o tempo você acaba se acostumando com essa situação. Já nem liga mais tanto, porque já sabe que sábado a noite sua amiga está bodada, vendo "Terminator" de baixo da coberta com o namorado e comendo brigadeiro de panela (o chantily fica pra mais tarde).

De qualquer forma, mesmo com essa preguiça toda, a gente sente falta dela (delas) pra caralho.

Por hoje é só.

Adendo:
Namorados das amigas que estão namorando: não levem isso para o lado pessoal. Não são vocês o problema. O problema é a situação. Nunca se pode agradar com tudo e a todos. Só não se esqueçam que a gente ama as suas namoradas também e sentimos muita falta delas.

Créditos da imagem: In Image.

Pensamento da segunda

O Velho Mestre

O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d'água e bebesse.
- Qual é o gosto? - perguntou o Mestre.
- Ruim - disse o aprendiz.
O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago. Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago. Então o velho disse:
- Beba um pouco dessa água.
Enquanto a água corria do queixo do jovem o Mestre perguntou:
- Qual é o gosto?'
- Bom! disse o rapaz.
- Você sente o gosto do sal? Perguntou o Mestre.
- Não disse o jovem.
O Mestre então, sentou ao lado do jovem, pegou em suas mãos e disse:
- A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido de tudo o que está a sua volta. É dar mais valor ao que você tem do que ao que você perdeu.

Em outras palavras:É deixar de ser copo para tornar-se um Lago.


(Pensamento Zen-Budista)




"Somos o que fazemos, mas somos principalmente o que fazemos para mudar o que somos."
(Eduardo Galeano)

Créditos da imagem: The Gentle (Nascer do sol no Lago Paranoá- Brasília - DF).

sábado, 8 de novembro de 2008

Nunca subestime

Nunca subestime um homem:



Nunca subestime uma mulher:





E para encerrar, HOMEM É TUDO PALHAÇO:



terça-feira, 4 de novembro de 2008

Que milagre o senhor por aqui!

Não sei... Mas acho que esse blog está muito pouco romântico, ou será viagem minha?

Muito modernas, independentes, mas no fundo somos um bando de cafonas!!! Adoramos florzinhas, bilhetinhos, chocolatinhos... Cadê o romance, pova??? Por mais "mulher do século 21" que nos dizemos, queremos sim um romance cafona como todo romance deve ser!!!


Bem, e na falta desse romance nos corações do nosso Brasil varonil (e como representante bananete comprometida e apaixonada), vamos a nossa canção de um de nossos casais favoritos para embalar essa terça-feira e tirar um pouco desse baixo-astral! Chuta que é macumba!





Somos Cafonas
Apaixonados, sim/Até a loucura, sim/Vamos querendo-nos/Ai, com tal paixão/Que ainda alguns pérfidos/Sem mais escrúpulos/Nos chamam cândidos/Ai, difamação/Mais pra fanático/Do que romântico/Não importa nada, não/Quem quer falar/Somos cafonas/Isso é conosco, sim/E nunca com ninguém mais/Somos cafonas, sim/Nós aceitamos/E que nos deixem em paz/Apaixonados, sim/Somos românticos/É sintomático/Ai, do verbo amar/E até as glândulas/Libertem lágrimas/Se tornam áridas/Ai, querem chorar/Se nós, românticos/Somos ridículos/Talvez lunáticos/Só por amar/Somos cafonas, sim/Isso é conosco/E nunca com ninguém mais/Somos cafonas, sim/Nós aceitamos/E que nos deixem em paz/

gentalha, gentalha!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Jabuticabas

Mexendo em muitos papéis, procurando uma agulha no palheiro em casa, acabei me deparando com o texto abaixo. Não sei quem o escreveu. Não vem em questão a idade de quem o escreveu ou o motivo e a circunstância em que o ensaio foi escrito. Pode parecer uma postagem “off topic” deste espaço, mas não é.

É um chacoalho para aqueles que têm sensibilidade sobre o que é importante para si e o que é válido para correr a favor do tempo. É um alarme para saber sobre o prazer de desfrutar e saborear a vida, sem ter que deixar a última jabuticaba por muito tempo, sozinha, no fundo da bacia. É uma mensagem sobre a necessidade de se simplificar a vida. SIMPLES!

“ E o tempo não pára ...”



Sobre o tempo e jabuticabas

Contei os meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não vou mais a workshops onde se ensina como converter milhões usando uma fórmula de poucos pontos. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos. Não gosto de assembléias ordinárias em que as organizações procuram se proteger e perpetuar através de infindáveis detalhes organizacionais.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas que, apesar da idade cronológica, são imaturos. Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de “confrontação”, onde “tiramos fatos à limpo”. Detesto fazer acareação de desafetos eu brigaram pelo majestoso cargo de secretário do coral (ou síndico).

Já não tenho tempo para debater vírgulas, detalhes gramaticais sutis ou sobre as diferentes traduções da Bíblia. Não quero ficar explicando porque gosto da Nova Versão Internacional das Escrituras, só porque há um grupo que a considera herética. Minha resposta será curta e delicada:

- “Gosto, ponto final!” Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: “As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos”. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.

Já não tenho tempo para ficar explicando aos medianos se estou ou não perdendo a fé porque admiro a poesia de Chico Buarque e do Vinícius de Moraes; a voz da Maria Bethânia; os livros de Machado de Assis, Thomas Martin, Ernest Hemingway e José Lins do Rego.

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita para a “última hora”; não foge da sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados e deseja andar humildemente. Caminhar perto delas nunca será perda de tempo.


Créditos da imagem: Wikipedia.