quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Fragilidade

Dia desses constatei que a mulher moderna tem que ser frágil. Mas somos todas frágeis, meninas ainda - seja lá qual idade temos. Na verdade temos que demonstrar essa fragilidade, tão feminina, que é inerente ao nosso sexo. Mas como é isso? Por quê?

Durante muitos anos vamos aprendendo a lidar com as frustrações, muitas vezes fatídicas, em nossos relacionamentos. Aprendemos muito e consequentemente mudamos muito nossas atitudes diante do outro. Ainda somos o que somos, mas aprendemos, dia-a-dia, que devemos ser fortes (ou pelo menos demosntrar que somos uma fortaleza emocional). Um histórico de relacionamentos fracassados é capaz de criar uma muralha em volta da nossa essência como seres humanos. Essa muralha é como se fosse o resultado de uma equação estratégica, onde construímos uma proteção e posicionamos armas para nos defendermos de qualquer sinal de ataque. Fazemos isso desde a infância (mas não vou muito longe - não é objetivo falar com Freud aqui).

Essa crosta que criamos para nos protegermos do novo e/ou do incerto é um reflexo instintivo. Quem é que tem certeza das armas que o "adversário" tem? Aliás, é um amigo ou adversário que está do outro lado da conversa? Quem garante quem é quem nesse "campo" de relacionamento? Se a Rússia decretou guerra a Geórgia, por que não faria o mesmo aquele cara por quem você tem maior carinho? A diferença são as armas. Na quase que batalha dos relacionamentos, um beijo pode ser a mágoa da semana seguinte. Um "eu gosto muito de você" pode se transformar em quilos de lenços descartáveis ao lado da cama no dia seguinte. Afinal, a gente nunca sabe se aquele cara por quem você está interessada, e sente que a recíproca é verdadeira (em determinado momento), vai fazer a mesma coisa que o cretino do seu ex-namorado fez. Aí ,então, levantamos as armas, nos recolhemos atrás da trincheira e ficamos atentas para toda e qualquer movimentação do lado de lá. Às vezes até atacamos sem sermos atacadas - dizem que o ataque é a melhor defesa (pelo menos é assim que entendemos como mostrar nosso poder de fogo).

Nasce a mulher moderna. Dinâmica, inteligente, decidida, independente. Uma verdadeira ameaça para o homem tão acostumado a tomar decisões e a dianteira de tudo na sociedade. Essa transformação na dinâmica social dos relacionamentos dificulta tudo. Passamos por um momento de transição onde os dois lados têm que aprender a ceder. De um lado o homem tem que aprender a lidar, de igual para igual, com a nova mulher, companheira e cúmplice. Sem hierarquia ou dependência. Do outro lado está a mulher, com um pouco de medo ainda, mas imperativamente determinada em conquistar seu espaço social. A mulher também tem que aprender a lidar com isso tudo: aprender a não passar por cima, a respeitar e compartilhar o que todos temos de igual. Sim, igualdade... somos todos seres humanos. Amamos igual e raciocinamos igual. Claro que cada um acaba tendo papéis sociais distintos. Nem toda mulher vai querer trocar pneus de caminhão ou nem todo homem, por livre espontânea vontade, vai querer aprender a bordar (só um exemplo).



Chegamos a um impasse. A menina frágil, sentimental, sonhadora e/ou romântica some. Nasce um outro ser, feminino, muito forte. Forte porque tem medo de se machucar. Forte porque acredita que não deve depender de outro para se tornar um indivíduo maduro. Forte porque sabe que vai encarar muitos desafios. E nem homem nem mulher sabem como e quando ceder, ainda.

Mensagem de uma leitora: "Pois é... minhas amigas estavam comemorando que eu finalmente tinha feito as pazes com os homens. E realmente estava disposta mesmo a baixar a guarda e criar intimidade, mesmo, de verdade. Mas é tão difícil de uma hora pra outra a gente voltar a ser o que éramos há 15 anos atrás. Será que o coração endurece? Acho que é isso mesmo: a gente constrói um concreto tão duro em volta do coração que nem a gente mesma, com uma britadeira, consegue quebrar. Eu até tento... mas vai demorar um pouco a mudança das minhas atitudes. Ele me falou isso: minhas atitudes são muito fortes, aparentemente muito controladoras, muito seguras, muito eu... sem abrir nada pra ele. Não tá errado de tudo. Sei que isso causa insegurança nele e em mim. E todas essas reticências que ele me mostrou me largaram à deriva nessa história. Gostaria que desse certo, mas sinceramente não sei o que fazer. "

A menina frágil ainda existe dentro de toda mulher. E ela quer sair para respirar ar fresco. Com certeza...


E... até a próxima matéria aqui, vamos cantando com limão e sal: meninos, a gente gosta de vocês de qualquer jeito.

"Yo te quiero con limón y sal
Yo te quiero tal y como estás

No hace falta cambiarte nada.
Yo te quiero si vienes o si vás

Si subes y bajas

Si no estás seguro de lo que sientes.


Solo tenerte cerca, siento que vuelvo a empezar..."

Um comentário:

Anônimo disse...

Que bom que atualizaram o blog!!! Viva!!! (pq tava ruim entrar, entra e não ter atualização, sendo q adoro os textos de vcs)

http://itempidiayla1.blogspot.com/